sexta-feira, outubro 28, 2005

A "vivi"

Ao meu lado
correm postes
estou alguns números
adiantado pra chegar
Mais um café pra acordar
e perceber o atraso
nunca chegaria antes
de você que está em todo lugar.
Se afaste luz
pronde foram os postes
soam buzinas, trombetas puras, e alarmes
sinto cheiro de fim
a ti deixo a missão
de dirigir tal veículo
que não nos leva a canto nenhum
pra não falar das árvores
aproveito e te deixo um fruto
dessa doce jornada
que se rompeu como um fio de cabelo
louro, comprido, curto, belo
sem adeus na disperssão
vou-me pronde devo ir
volto donde nunca vim!

...

Estar onde se diz
que estar são coisas
de trens que passam
na hora que tem que estar
Chutar, tropeçar, reclamando
e com a boca articular
que sem ti ir é dor
ou cura é pior
que vou "tar" em perigo
Sem ti mentor não sara
a minha procura
por voltar correndo
e re-clamar ruim
é ter sabe viver(é ter sobre viver)
ou morrer ias
saber que ente
não respira são mais
im portão te abraçar
a ti ver com outros
olhos te vê em
fazendo o que não
dever ias fazem em casa
e aprender e dez a prender
quinze a si sol ta arde rachar
a cabe sabe o por esta
que ex-crê e vê.

Nem a pó

Se o vento soprasse
e me levasse a voar
me agarraria em crinas
ou quem sabe em tuas mãos
e arrancaria pecados
maldições, dogmas, astrologia
quem sabe a razão
morreu antes de cantá-la
Bebendo crença
numa taça feita de discórdia
quem sabe o que e o não
não quer vê-lo nem a ouro
Nem a pó cai a vida
soprado pela brisa
no início se perdeu
e até agora não se acha mais
quem sabe por que ora.
Ninguém sabe pronde olha
nem cheira a flor
nem também
cheiro de manhã
quem sabe por amor implora
talvez eu saiba a que horas sai
já sei que é agora
por outrora não falo mais

Onde?

Longas perspectivas
do alto onde posso ver
onde posso ser maior
alto que não podes tocar-me
nem me ferir a socos.
Daqui enxergo ondas
de sangreal pingando no seco
enxugando os meus olhos
que lacrimejam para distorcer a visão
sabendo ele o que eu não quero ver
E onde se põe o sol?
sei que ele não cabe no meu bolso
nem na palma da mão
tampouco no céu
onde vive
Posso vê-lo
esse que nasce no horizonte
que vem do oriente
vejo-o daqui
donde não enxergarias
pois não saberias subir
nem em metamorfose ao acordar
fazendo zunido ao voar
não me alcançarias
nem me alcançarás quem diria!
nunca!
pois estou em mim.

Valletes

Castelos de carta
medalhões de prata
quem o construiu
e quem o fez ruir
Quem te fez assim
linda,mas não pra mim
o ciúme te afasta e me faz sentir
Que sou um joker de teu jogo
que sou jogador que blefa
sou eu carta de por na mesa
e que qualquer aposta
não vale a pena se por mim
E que és senhora rainha
deste jogo de azar
azar meu por querer jogar
e saber que jogar é ra perder
Me traz mais uma dose
vou continuar
apostando pra perder
sem temer errar
Quanto aos medalhões de prata
que não passam de ser somente lata
sem nenhum valor
como eu sem nenhum amor!

coisa que existe

E que do alto de toda minha ignorância
saber expor certas palavras
de precisas formas
e tolas abrangencias
saber explicar algo
que não se pode ver
mas com toda falta
de sapiencia
somente sentir
e demonstrar
somente a você
por gestos
como é puro
sincero
e verdadeiro
como se chama mesmo?
ser inocente
a ponto de se dizer
flutuante
e de não ver defeito sequer
em você,ser imperfeito
sem precisar rebuscar
a linguagem como o poeta
somente falar a ti
apenas te gosto
mais que qualquer
coisa que exista
e que não exista também!

sem título

Fecho os olhos
e tento achar algo
com o que sonhar
vou para longe
pra mais perto dos meus
momentos felizes
e neles acabo achando
mais um abrir de olhos
e mais uma tentativa de sonhar
não faz frio nem calor
não faz nada
e parado deitado desconsolado
olho pro teto
e de olhos abertos
chego a sonhar
mas quero dormir
que é pra poder descansar
onde poderei
achar solução pra tudo isso
onde conseguirei chegar com isso
onde....

terça-feira, outubro 25, 2005

PARA CHEGAR À TRISTEZA

como não dizer nada sobre uma pessoa de tamanha loucura poética e incoerência que faz sentido!

Se Eu Não Voltar (Nenê Altro)
Para chegar à tristeza, mãe,
quem me dera não ter escutado
o choro das crianças mortas.
Foi um longo caminho até aqui,
em que meus olhos sangraram
em miséria e discórdia.
Avenidas sem fim,
luzes sem rumo
e o gosto da noite vazia.
Estou seco.
E nem a chuva, mãe,
sacia a sede fugindo de minha boca,
ainda que beijando meu rosto.
Para chegar a tristeza,
eu, castiguei meus passos
sem poupar esforços,
procurei perder-me
nas ruas de Mirto.
Não marquei caminhos,mãe,
não sonhei voltar, perdoa-me por isso.
E se me entrego,
sei que não venero a dor do inimigo.
Olha minha riqueza,
vê quanta descrença em encontrar abrigo.
Olha o que carrego só pra ter certeza
de que entre as palavras ainda estou vivo.
E se eu não voltar, mãe,
diz pra mim que não vai chorar.
Diz que vai lembrar sim
dos dias em que eu corri pra te abraçar
e que tive medo sem guardar segredo
de que não sabia explicar.
E chegar aqui, mãe,
foi castigo infinito por saber não ser o fim.
Porque hoje sei que a gente nunca sabe
porque tanta poesia esconde tanta maldade.
http://www.nenealtro.com/