quarta-feira, abril 18, 2007

Depois da chuva

(Tx)

Onde foi parar o que eu tinha?
de onde vem essa sequidão de idéias?
até que ponto eu vou ignorar a mim mesmo?
Será que vou ter de volta o que era meu depois da chuva?
Será que a mesma cinza cor
que impera lá fora
domou a mim como um bichinho de se ter?

Quero me encontrar com você depois da chuva
lá fora
aqui
ou em Belém
tanto faz
mas quero.

O que me assombra hoje
é o mesmo monstro
que me inspirava
me fazia escrever por horas
e que agora torna isso
mais duro
que ser carrasco.

onde foram parar as idéias,
as rimas,
as boas colocações,
as temáticas,
as confusões,
enfim
onde está
o ventilador de palavras
que e em mim soprava no 3
e hoje mal me refresca com sua brisa

sinto-me careca,
apunhalado,
flechado no calcanhar,
amordaçado
tal Anastácia.

negro
reprimido de ideias
tal escravo
sub-vida
cadê minha literatura
tal como um bem de valor roubado
perdido
enfraquecido

penso em abandonar esse lugar
tentar novamente
sei lá
com outros temas de blogs
assuntos mais fáceis de escrever
mais objetivos
mais fácil de serem idealizados
mas onde seria a minha válvula?
onde eu poderia descarregar todo o meu conteúdo
contido
nas conversas tolas
no que não digo a ninguém
mas não por ser segredo
mas sim por não ser merecido
ou a baixeza
ou a pouca altura
por menosprezo
por ignorância
por arrogância
por egoísmo

quem me lê vai me entender
quem tem a oportunidade de conversar comigo
também vai me entender

e minhas sinceras desculpas a quem não conversa e muito menos me lê.


Tx